Tides of Darkness

ATENÇÃO: esta resenha contém informações reveladoras sobre o enredo de “Tides of Darkness”.

 

Nesta resenha inserimo-nos na guerra entre Orcs vs. Humans e vamos nos aventurar em um dos maiores conflitos da história de Azeroth: a Segunda Guerra. Em uma luta de dimensões globais, as diferentes nações e povos mobilizam-se para impedir o avanço de um inimigo em comum: a Horde. No clima de batalhas que envolvem todas as nações da humanidade a fim de proteger o mundo contra seus invasores, Aaron Rosenberg apresenta-nos um enredo em ebulição do começo ao fim, como um caldeirão cheio de elementos fantásticos.

Neste embate entre a humanidade e os orcs, iniciado com a invasão do mundo por esses seres alienígenas e pela destruição do Reino de Azeroth na Primeira Guerra –desenvolvido no romance anterior desta série e analisado na resenha de The Last Guardian (Da Paz, 2016), os orcs decidiram, depois de vencer a Primeira Guerra, rumar para o Norte e dominar todo o mundo. Naquela resenha vimos que, em meio a essa luta, Medivh, Garona, Khadgar e Anduin Lothar protagonizaram uma trama que proporcionou o desenvolvimento de reflexões sobre problemas filosóficos fundamentais, como questões sobre realidade e sobre liberdade. Agora, liderados por Orgrim Doomhammer, não mais sob o comando injusto de Blackhand e de Gul’dan, a Horde busca conquistar o mundo de modo que seu povo possa, finalmente, deixar de lado as guerras e prosperar honradamente nesse novo mundo rico em provisões e em terras férteis – num profundo contraste em relação ao planeta infértil dos orcs. No entanto, Gul’dan e seus warlocks, apesar de jurarem sua lealdade a Doomhammer, continuaram a levar a efeito seus esquemas e subterfúgios por detrás dos panos.

Com efeito, deste embate entre justiça e injustiça temos no enredo um prato cheio para a compreensão de como, por diferentes meios, é possível levar a efeito o comando de um povo ou de uma nação. Doomhammer, Gul’dan, os monarcas humanos e os líderes das outras raças governam seus povos de maneiras muito diferentes. Na luta por supremacia, nem sempre as ações justas são capazes de vencer uma guerra. Há momentos em que parece ser necessário agir injustamente, tendo em vista a vitória e a supressão do inimigo. Apesar disso, para que seja possível realizar qualquer feito em geral, parece ser necessário haver algum nível, por mais tímido que ele possa ser, de justiça entre os indivíduos envolvidos na iniciativa. Mergulhados nesse caldeirão mágico e fantástico da Segunda Guerra em Azeroth, formularemos a seguinte reflexão: será que a injustiça, de certo modo, é superior à justiça em uma luta por supremacia? Caso a injustiça seja superior nesse contexto, será que é possível realizar efetivamente qualquer feito de modo completamente injusto? Continuar lendo “Tides of Darkness”